Home Notícias Largou escritório de advocacia, virou cabeleireiro e agora ganha o dobro

Largou escritório de advocacia, virou cabeleireiro e agora ganha o dobro

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Desde muito cedo, a arte esteve presente na vida de Fernando Giarini Fontes, 51. Ele chegou a fazer alguns cursos, mas, na visão da família, isso não era emprego. “No máximo, um hobby”, eles diziam. Fontes, então, desistiu do sonho e passou longos 25 anos de sua vida em “empregos de verdade”.

Depois de ter passado por grandes empresas, entre elas, PriceWaterHouseCoopers (PwC), abriu seu escritório de contabilidade e cursou faculdade de direito, para que as duas profissões se complementassem. Com isso, ele montou uma consultoria que atendia principalmente a demandas empresariais.

Para o mundo, tudo parecia ter se encaixado perfeitamente, mas, para ele, não. Fontes sentia que faltava alguma coisa, até o dia em que um panfleto caiu em suas mãos.

Um funcionário do Instituto Embelleze tentou captar Fontes na rua para que fizesse curso de cabeleireiro. A princípio, a ideia lhe pareceu um tanto estranha. Ele chegou em casa, compartilhou o acontecimento com a esposa e ambos riram da possibilidade de isso acontecer. No entanto, aos poucos, o pensamento foi se tornando um “por que não?”. Quando um representante da franquia telefonou para reforçar o convite, Fontes resolveu aceitar.

Fontes e a esposa mantêm uma casa de repouso, e ele queria encontrar novas formas de interagir com os idosos. Por isso, pensou em fazer curso de barbeiro, que seria menos julgado pelas outras pessoas e até por ele mesmo.

No entanto, duas semanas depois, passou a fazer o curso de cabeleireiro também, quebrando o próprio tabu. “Eu mesmo tinha muito preconceito. Hoje, quando chego nos lugares e perguntam minha profissão, eu falo ‘sou cabeleireiro'”, afirma.

Fontes lembra que a decisão não foi bem aceita por sua família e menos ainda por sua esposa. Hoje, acostumada com a ideia, ela é uma de suas principais clientes.

Quando Fontes fez o primeiro cabelo, lembrou do que aprendeu na aula de artes: manter atenção plena. “Pela primeira vez eu consegui isso. Enquanto eu trabalhava, tinha paz de espírito. Depois que eu terminei, vi um sorriso da cliente e aquilo me alegrou o coração”, explica. Depois disso, o empreendedor fez mais 48 especializações na área, inclusive internacionais.

Ele foi convidado a ser instrutor do curso na escola e conciliava a docência com o escritório. Aos poucos, percebeu que poderia ter melhores resultados se fosse franqueado. Comprou a unidade em que atuava, na Vila Maria, zona zona norte de São Paulo, e já está há um ano e meio à frente da franquia. Fontes se desfez do escritório e passou a se dedicar integralmente ao mercado de beleza.

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