Um homem condenado por uma série de estupros no bairro Dona Clara, na Região da Pampulha, em Belo Horizonte, teve a pena reduzida de 29 anos de reclusão para três anos e quatro meses em regime aberto nesta semana pela Justiça de Minas Gerais. Os crimes de Marcel Barbosa dos Santos foram desvendados e ele foi preso em 2013. A condenação foi proferida em 2014.
Uma das vítimas, que não terá o nome divulgado, afirmou ao G1 que agora teme pela segurança. “Perdi totalmente minha segurança de andar na rua”, disse.
Para ela, a decisão da Justiça desta semana foi “falha” e favoreceu a impunidade. “Eu achei um absurdo tudo que aconteceu e da forma que aconteceu”, comentou sobre a redução da pena. Na época do crime, a vítima era adolescente, hoje, já adulta, ela afirmou que nunca teve nenhum tipo de auxílio.
O assistente de acusação Thiago Lenoir disse ao G1 que vai recorrer da decisão. A defesa de Santos não foi localizada. O Tribunal de Justiça não vai se pronunciar sobre o caso, pois, o processo, por ser relacionado a estupro, corre em segredo de Justiça. De acordo com a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), o homem permanecia preso na tarde desta sexta-feira.
O caso
Santos morava no bairro Jaraguá, também na Região da Pampulha. Ele trabalhava em uma empresa de logística em Contagem, na Região Metropolitana, e confessou os crimes. Segundo a Polícia Militar (PM), ele cometia os estupros usando um capacete e pilotando uma motocicleta, principalmente nas primeiras horas da manhã.
De acordo com relatos do próprio acusado, ele acariciava as partes íntimas das meninas e das jovens, o que é considerado estupro. “Eu confessei que eu parava a moto e fazia isto, passava a mão nas mulheres”, relatou quando foi preso em 2013. Ele disse ainda que vinha tendo esta atitude por causa de um trauma de infância, quando um primo o molestava.
Em novembro do ano passado, a Polícia Civil divulgou que Santos havia sido indiciado por 14 crimes. De acordo com o advogado Felipe Arja, nem todos os casos resultaram em acusação pela Justiça.
Fonte: G1