“Farei de tudo para ‘melar’ sua maldita carreira de ‘magistrado'”; “De magistrado vossa excelência só tem a pretensão”; “Frederiquinho: sua batata está assando”; “Tenho fé em Deus que em breve conseguirei sua remoção para (no mínimo) Eldorado Paulista”. Essas frases foram escritas pelo advogado Valdir Montanari dos Santos, em um ofício enviado ao juiz Frederico dos Santos Messias, da 4ª Vara Cível da Comarca de Santos, no litoral de São Paulo. O caso é apurado pela Justiça e pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Valdir representa uma moradora da cidade em um pedido de reintegração de posse iniciado em abril deste ano. Frederico foi escolhido via sorteio, eletronicamente, para julgar o processo, cuja solicitação para extingui-lo foi feita pelo advogado no último dia 24.
No ofício, o defensor diz que ele e a cliente “deram um jeito de ‘arrancar’ a ré do domicílio da autora”. O advogado alega que o juiz “deu mais importância à sua vaidade e para as diferenças” com ele, não se importando com os fatos do processo.
Em entrevista ao G1, Valdir alega ter enfrentado problemas com o mesmo magistrado em cinco processos diferentes, incluindo este. “Esse cara está prejudicando todo mundo. A linguagem foi para provocar e cutucar, pois acho que estou exercendo um direito”, disse.
O advogado admite que as expressões escolhidas não são usuais. “O fato de eu usar palavras que não são delicadas, não quer dizer nada. Pode não ser a mais correta, mas é minha maneira. Eu sei muito bem o que estou fazendo”, garantiu.
Ainda no ofício, Valdir diz que Frederico lembra um disco do guitarrista norte-americano Frank Zappa, intitulado “We’re Only It For The Money” (Estamos nessa só pela grana). “Eu gosto de rock, e foi uma referência que eu achei para dizer uma verdade”.
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