Um trabalho de faculdade virou caso de polícia em Nova Venécia, Noroeste do Estado. Após reprovar uma aluna por ter plagiado o projeto de pesquisa de conclusão de curso, um professor do curso de Engenharia de uma instituição particular foi alvo de ameaças, inclusive de morte, por parte do pai da universitária.
Em uma ameaça feita no último dia 14, por meio de WhatsApp, o pai da estudante, um médico da rede básica de saúde de Nova Venécia, classifica a instituição como “faculdade de merda” e adverte o professor que “a situação não ficará assim”.
Segundo o professor, de 25 anos, ao longo do semestre passado ele e outro colega ministravam aulas para o 9º período de um curso de Engenharia, sendo que o colega ministrava conteúdo específico do curso, e ele metodologia e métodos de pesquisa. A aprovação nesta segunda disciplina dá ao aluno o aval para iniciar o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).
“No segundo bimestre encontramos plágio no trabalho de uma aluna e atribuímos nota zero. Está no regimento da faculdade que trabalhos com trecho de autores sem as devidas citações das fontes é caracterizado como plágio”.
Identificado o plágio, o trabalho foi repassado à coordenação do curso, que segundo o professor tomou medidas administrativas contra a aluna. Inconformada ela pediu à faculdade que revisse a nota dada a ela.
Diante disso, foi formada uma comissão, sem a interferência dos dois professores, para novamente corrigir o trabalho. Pela segunda vez foi constatado plágio.
O professor alega que depois do ocorrido começou a receber ligações de números desconhecidos. No último dia 10, a insistência de chamadas de um determinado número era tanta que ele mandou mensagem falando que não podia atender no momento.
“No dia seguinte a pessoa me mandou mensagem se apresentando como médico, e que queria falar comigo com urgência. Quando vi o nome da pessoa logo associei ao nome da aluna que teve o trabalho reprovado”.
Depois de receber várias ameaças o professor registrou boletim de ocorrência na 17ª Delegacia Regional de Nova Venécia. O Ministério Público Estadual também foi acionado. Ele ainda pretende ingressar como uma ação civil no Fórum da cidade.
O professor conta que jamais viveu situação semelhante. “Mas já vi vários casos de pai humilhar professor Muitos alunos, para não sofrer repressão da família, transferem a culpa do seu fracasso para a instituição”.
O professor está afastado do trabalho por ordem médica e está fazendo uso de medicamentos controlados para síndrome do pânico.
Em nota, a faculdade informou que está ciente do caso e que trabalha para proteger a autonomia do seu corpo docente. Ressaltou que está acompanhando o caso e prestará assistência, sempre que necessário, ao profissional. Os nomes não estão sendo divulgados para preservar a vítima.
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