O ministro Celso de Mello decidiu nesta sexta-feira, 22, dar publicidade ao vídeo de reunião entre o presidente Jair Bolsonaro e ministros de Estado. A decisão se deu no âmbito do inquérito que investiga declarações de Sergio Moro sobre suposta tentativa do presidente Jair Bolsonaro de interferir politicamente na Polícia Federal. Segundo o ex-ministro, o vídeo da reunião, registrado pelo Planalto, é uma das provas da alegada interferência.
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Trechos
A AGU teria solicitado ao STF que a divulgação fosse apenas de trechos que teriam relação com o inquérito, e já havia apresentado transcrição dos mesmos.
Em um deles, Bolsonaro cobrou informações dos órgãos de inteligência, e citou a PF: “Eu não posso ser surpreendido com notícias. Pô, eu tenho a PF que não me dá informações; eu tenho as inteligências das Forças Armadas que não têm informações; a Abin tem os seus problemas. Tem algumas informações. Só não tem mais por que tá faltando realmente… temos problemas… aparelhamento etc.”
E segue: “Depois que o moleque encheu os cornos de droga, não adianta mais falar com ele: já era. E informação é assim. Então, essa é a preocupação que temos que ter: a questão estratégia. E não estamos tendo.” (…) “Me desculpe o serviço de informação nosso, todos, é urna vergonha, uma vergonha, que eu não sou informado, e não dá para trabalhar assim, fica difícil. Por isso, vou interferir. Ponto final. Não é ameaça, não é extrapolação da minha parte. É uma verdade”.
No segundo trecho, que parece ter declarações mais importantes, o presidente teria dito: “Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro oficialmente e não consegui.” (…) “Isso acabou. Eu não vou esperar f. minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura. Vai trocar; se não puder trocar, troca o chefe dele; não pode trocar o chefe, troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira.”
Perícia
Antes de assistir ao vídeo, o relator determinou a realização de perícia na mídia digital que contém o registro audiovisual. A PF foi quem solicitou a perícia, autorizada pelo ministro, por entender ser medida relevante para verificar a autenticidade e a integridade dos arquivos apresentados, bem como explorar de forma técnica e científica o conteúdo dos registros audiovisuais que interessem às investigações.
Também por determinação do ministro Celso de Mello, um perito criminal Federal realizou a degravação integral do HD externo, o qual foi entregue, respeitando o sigilo, em seu gabinete.
- Processo: Inq 4.831
Veja a íntegra da decisão.
Fonte: Migalhas